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16 agosto, 2005

Depende das mãos que seguram...

Na atual situação que o nosso país vive, fico indignada, como todos os brasileiros, com tanto lixo, tanta nojeira, tanta roubalheira – tanta que o assalto do Banco Central aqui em Fortaleza parece “fichinha”.

Mas em meio a minha repugnância e perplexidade sobra um lugarzinho pra perguntar: E onde está a novidade? Qual é, na verdade, a ‘mola impulsionadora’ de tanto movimento?
Ah! brasileiros e brasileiras (ave Sarney) dizer que ninguém sabia que as campanhas políticas são financiadas com “caixa 2” é hipocrisia, ou completa alienação. Também dizer que o mensalão não é um tipo de lobby, prática perene no hall do poder, não fica atrás (será que mudaram o nome para ser mais nacionalistas? Ou deve ser por causa da nomenclatura diferenciada pra tudo que envolve o poder público?


Dizer que a oposição de hoje não fez nada parecido quando era detentora do poder é no mínimo... no mínimo... uma afirmação cretina.


Sempre achei que oposição e situação deviam revezar-se no poder, pra exercitar a cidadania do povo. Mas acho que o que realmente foi esquecido é: O que é cidadania???

Quem mais fala em cidadania?

Hoje no Brasil os velhinhos e doentes continuam nas filas dos hospitais públicos, em cidades administradas por todos os partidos políticos... todos. Temos crianças sem escola, estradas estaduais e federais caindo aos pedaços... esgotos abertos. Mas que saber...QUEM SE IMPORTA???

Hoje o que há é o mensalão e as CPIs.

Vemos, sim, Sua Excelência Severino, beneficiado com conchavo do tipo “põe-qualquer-um-mas-não-deixa-eles-elegerem-o-que-eles-querem”, dizendo que está pronto pra assumir o Planalto. Ou seja, caiu de pára-quedas e agora está querendo subir a rampa de skate.

Bom, tem o Serra, mas seria uma perda inestimável pra São Paulo (hehehehehe – não resisti a piada).

O caso é, neste país tudo depende de quem está movendo os pauzinhos das marionetes. Agora, todos são uma espécie de anjos barrocos, inocentes, cegos, mudos, surdos, e desmemoriados. Não se tem o prazer nem de ver algo que preste na TV, porque “eles” prezam pela clareza dos fatos (seria uma boa idéia abrir as contas de TODAS as campanhas políticas de TODOS os partidos? Mais clareza que isso impossível).

Mas, como tudo depende de quem está sendo “lesado” (e nesse caso ‘lesado’ é o povo – e no sentido mais nordestino que a palavra possa ter), não vai acabar em pizza, nem em CPI, nem em NADA. Por quê? Simples. Jogo de trama. Chega uma hora em que o “rabo de palha de alguém vai pegar fogo junto com os atuais “demônios políticos”, e então, o fogo esmaece, sem sabermos quem jogou a água (benta?)

Sabe o que isso me causa? Raiva. Porque além de perder a boa programação da TV... ainda tenho que ver o Roberto Jefferson posando de “não-sou-santo-mas-não-sou-demônio” e o pior, cantando (ahhhhh! Ninguém merece), ainda terei a sensação que o Brasil, num futuro bem próximo será lembrado como o único país, que não satisfeito de ter dinheiro sujo na política, também tem dinheiro “fedido”... ah! Malditas cuecas!.
(Desconheço o autor)