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21 fevereiro, 2007

O Vento...


O Vento...
Despenteando os cabelos que ela teima em arrumar.
O mar à frente... cujo vai-e-vem das ondas frenéticas chegavam a acelerar o pensamento dele.
Ele a olhava, por entre os goles do vinho.
Ela fingia olhar o mar distante enquanto arruma o cabelo, como se disso dependesse sua vida.
Ele dá um sorriso maroto, por saber que ela está nervosa.
Aquela varanda, de frente pro mar. Nenhuma palavra por alguns instantes.
Taça vazia... oportunidade de ir mais perto. Antecipara esse movimento e esperava numa ânsia quase infantil.
Serve um pouco mais de vinho... e aproveita pra encontrar os olhos dela.
Os olhos fogem, o cabelo voa, ela impacienta-se. Ele lhe segura mão.
No susto ela o encontra bem perto, junto... arrumando-lhe o cabelo e sussurrando pra ela não se preocupar... está linda.
Arranca um sorriso do seu rosto nervoso.
Parece que o dia se ilumina ainda mais. Era tudo que ele esperava.
Ela fecha os olhos por um momento. Seria um sonho?
Ele aproveita, não resiste... um beijo
Os lábios se tocam, e com eles o frenesi no corpo. Ele perto. Ela treme.
A boca se abre, a língua traz um desejo incontido.
Calor... desejo... saliva... beijo
Mãos que ficam nervosas aos poucos.
Tocam, puxam, agarram... desejam.
Já não lembram do vento que despenteia o cabelo dela. São as mãos dele que sentem a maciez dos fios entre os dedos. E os dois aos poucos deixam a varanda.
A boca já não encontra a boca. É aventureira por todos os pequenos cantinhos do corpo dela.
A boca que explora, beija, lambe, suga... a boca que quer mais.
A boca que explode em desejo criando mil excitações pros dois. Cumplicidade.
Mãos, bocas, olhos, pele... desejo ardente.
Ela já não lembra do cabelo... nem da roupa deixada pra trás. Não traz mais no rosto a preocupação inicial. Quem é ela? De onde saiu?
Uma loba de garras afiadas e uivo cadente ficou em seu lugar.
Toca, deseja... quer e toma posse.
Por horas se desejam, se exploram, se descobrem...
E num momento único, tornam-se um entre uivos, gemidos e prazer. Completos... unidos... únicos.
E na cadência dos corpos, sentem-se no céu de prazer.
Agora desbravam outras porções. Procuram outros e todas as maneiras.
Até satisfeitos, encontrarem os olhos e sem palavra decidirem que é a hora.
E amando-se, tanto com os olhos quanto com o sexo, explodem em um prazer profundo, delirante.
E aos poucos entregam os corpos a um doce relaxamento, juntos, unidos...
Sussurrando ainda, entre carinhos e beijos.
Ouvindo ao longe as ondas nervosas do mar e sentindo o vento, cúmplice dos amantes.


por Cau Alexandre