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24 abril, 2007

Medos

"Podemos facilmente perdoar
uma criança que tem medo do escuro;
a real tragédia da vida
é quando os homens têm medo da luz"
Platão

Quem não tem medo?
Eu tenho...
Tenho medo de agulhas, lugares fechados, de coisas novas e de rotina. Tenho medo de perder o controle, de ser controlada e de controlar demais. Tenho medo de me apaixonar e ficar cega, medo de deixar o meu lado racional tomar conta de mim e ainda tenho medo de não me apaixonar.
Há dentro de mim um certo medo de ficar só, mas também temo multidões.
Tenho medo de gente louca demais, medo de gente santa demais, medo dos mornos que não sabem o que querem, medo daqueles que esquentam por qualquer coisa, medo dos frios que deixaram a chama da vida esquecida e apagada em alguma esquina do esquecimento.
Tenho medo dos donos da verdade e dos que não tem verdade nenhuma. Tenho, sim. medo dos que forçam a própria opinião àqueles que não cultivam o hábito de opinar. Desses últimos também tenho medo.
Tenho medo de gente. Tenho medo do completo vazio da solidão.
Tenho medo de me perder pelos caminhos que desconheço, de não traçar caminhos novos e medo de fechar velhas estradas seguras e conhecidas
Tenho medo SIM,
Medo de tentar e não dar certo e medo de não tentar
Tenho medo de falar demais e medo de deixar de dizer o que sinto. Medo do barulho ensurdecedor que não me deixe ouvir a minha própria voz inteior. Também tenho medo do silêncio tumular que de tão hermético não permita palavra alguma.
Assim, tenho muitos medos...
Já tive medo de tentar... e me arrependi amargamente. Hoje mesmo que as pernas tremam e pareça algo muito estapafúrdio... eu tento assim mesmo. Na profissão, no dia-a-dia, no parque de diversão, no amor... Ah! no amor então, o que seria de mim se eu não tentasse mesmo quando parece uma completa loucura?
O que forja o seu ser é justamente o que você faz com seus medos.
Até onde seus medos o impedem... até onde os seus medos o impulsionam?
Eu não deixo de pular, gritar, brincar, sorrir por medo do ridículo
Eu não corro do novo... abro bem os olhos e meto as caras. Uma hora me acostumo com ele. Eu não fujo da rotina, posso inventar algo novo no meio de tudo que já conheço.
Não deixo de sair, ver gente nova, gente velha, GENTE, por medo de atravessar pontes, andar de elevadores ou saltar de pára-quedas
De forma alguma deixo de ter novos amigos. Aprende-se a gostar de todos sem perder a própria essência.
Sim... eu não deixo de me apaixonar, mesmo que sofrer seja parte do caminho. Meu medo me mostra o que poderá ser. Mas eu vou.
Não guardo o que sinto pra mim, porque eu sinto pelo mundo inteiro. E me sinto viva assim. Medos temos todos nós...
Os medos nos fazem prudentes, pensantes, reflexivos, cuidadosos...
Mas se não superamos o que tememos aonde chegaremos?
Medo? Tenho sim... mesmo assim, sigo em frente.

por Cau Alexandre



E você? *** E você? *** E você? *** E você?


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