Páginas

09 junho, 2007

Sobre Inferno Astral e Maturidade

Ok! Ok!

É notório que estou quase que absolutamente desprovida de paciência (o que não é tão incomum assim. Tenho temperamento sangüíneo, meu povo, quase hemorrágico, por assim dizer. O que vocês queriam????
Mas não é sinônimo de mau humor, não mesmo. É sinônimo de fase. Inferno Astral, saca?
É... o tal do 'inferno astral', que confesso nunca ter entendido bem, mas parece ser o período que antecede os festejos de aniversário. Mas, pô... eu adoro fazer aniversário!!!
Aniversário pra mim tem gosto de tempo passado, e isso é bom. Lembranças. Novos amigos feitos durante um ano. Velhos conhecidos que permanecem na minha vida.
Aniversário também tem gosto de futuro, mais velha, um ano a mais, maturidade. A certeza que ao menos vou aprender a ponderar melhor naquilo que um dia fiz precipitadamente (se bem que esta parte não é muito condizente, já que amadureci aos 15 e retornei à adolescência aos 27... Não me arrependo do que fiz em sã consciência, nem tenho crises de 'desejo' de retorno. Vivi. Ponto.)
Sempre gostei da idéia de crescer. Independências, maturidades, certezas. Aos 32 deveria parecer mais fácil que aos 15. Mas, sabe-se lá porque, não o é. Mas quem se dá por rogado aos 15?
Chego aos 32 com um mínimo de equilíbrio exigido a essa tal maturidade buscada, e mais um tanto, pra afiar o pensamento, acertar o cérebro e alinhar o coração (confesso que essa última ação não dá certo... quase nunca).
O mais curioso é que mesmo chegando aos 32 ainda encontro pessoas que acham cedo demais para uma mente madura. Se não o dizem em palavras, mostram em atos. E eu me pergunto o que este povo entende por maturidade, equilíbrio, perspicácia.
Meu inseparável amigo Aurélio Buarque de Holanda me disse que maturidade é época em que se dá o processo de transformação e desenvolvimento para o exercício pleno de suas funções. Perfeição, excelência, primor.
Começo a achar que é uma tremenda balela isso tudo. Pois que se chega aos 40, 50, 60 (e por aí vai) ainda imperfeito, incompleto, inconstante, impertinente, aturdido, indeciso.
Dizendo-se decididos são capazes das maiores tolices possíveis e imagináveis em nome de grandes sentimentos, e a bem da verdade, de sentimentos pequenos e mesquinhos na maioria das vezes.
Que raio de maturidade é essa que já não aperfeiçoa?
Rostos e bundas estão mais jovens e firmes. Seios mais rijos. E o intelecto anda a envelhecer ainda na fase de embrião.
Perdoem-me os puritanos do linguajar, mas que porra de velhice é essa que me aguarda rodeada de um monte de velhas burras cujos peitos e a bunda não murcham?
Nada contra. Odeio minhas celulites, tenho ódio da minha barriga que teima em não obedecer ao regime e sumir, detesto terminantemente esse culote (discreto) que resiste às horas na academia e, além disso, preciso emagrecer dois quilos, como toda mulher que se preze. Mas nada disso é mais bem cuidado que minha inteligência.
Racional? Gargalhando com vocês... Não posso dizer que sou, pois meus amores, minhas paixões, minhas loucuras, meus sentimentos sempre depõem contra mim. Mas e daí, isso não me tira a capacidade do pensamento aguçado, perspicaz, irônico, forte, certeiro, crítico, equilibrado.
Mesmo sendo um poço de sentimentos (e grande parte sendo contraditório) pode-se sim ter um cérebro funcionando em tempo integral. que ri de si, que ri de outros, que critica saudavelmente os erros cometidos e crê que o dia de amanhã é um novo momento de se aprender, e possivelmente, errar de novo.
Eu me recuso a acreditar que maturidade só chega aos 90, quando tudo já caiu - sim senhoras e senhores, TUDO cai. Não há botox nem silicone que resista ao impiedoso tempo.
Eu me recuso a acreditar que a maturidade seja algo tão imensuravelmente difícil a seres pensantes como é esta raça humana.
Eu, terminantemente, me recuso a acreditar, que pra ser maduro eu tenha que andar em um extremo... sisudo, azedo, sem graça, mal humorado. Ou que pra evitar mostrar a maturidade que eu deveria ter, eu deva me comportar feito uma retardada mental incapaz de medir os próprios atos, ou me infantilizar de mente pra perder uns 10 'aninhos' diante dos outros.
Ser maduro deveria ser a capacidade de ligar as duas pontas das vida, adulta e infantil, conseguindo entender as coisas ao redor, escolhendo o caminho divertido por opção e não mais por simples sorte. Ser maduro deveria ser capaz de rir dos defeitos, entender os erros, buscar os acertos sem precisar culpar ninguém. Ser maduro devia ser frágil sem que isso fosse um sofrimento, ser forte sem que isso fosse um fardo, ser apaixonado pela vida e aos menos tempo desapegado dela. Ser maduro devia ser a capacidade de sentir-se com 15 anos de idade, em um corpo de 30 e com uma mente de 70.
Então, diante destas ponderações, estou eu.

por
Cau Alexandre

P.S.: Continuo ouvindo blues... já não há o que pensar sobre a morte da bezerra.

No player
BB King - Blues At Midnight

Obs:
Queridos Navegantes...
Fazendo uma experiência aqui...
Antes de uma nova postagem vou responder
a todos os comentários.
Achei interessante, e reforça aquela minha idéia
de que estamos aqui num bom e gostoso papo entre amigos
(Na verdade já o fiz hoje no post 'Contabilizando').
Espero que seja algo bom e que acrescente
só boas coisas e boas risadas.
(Meu Deus!!! O que o tédio não faz!.. risosss)
Beijos
;oP