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14 julho, 2008

Intensa...

Do princípio Diário da Eternidade

Cau Alexandre


Deus me fez intensa demais pra que eu viva de futilidades...


Então, decidi fazer uma faxina profunda.


Catei todos os papéis velhos: velhos bilhetes recebidos, poemas de amores levianos, fotos com sorrisos amarelos, gente que envelheceu na memória pedidos momentâneos de eternidade, que caducaram logo que se deu às costas;


As lembranças são boas, quando nos fazem recordar de quanto crescemos... melhoramos... vivemos! As lembranças nos fazem bem, quando são impulso pra seguir em frente.


Joguei fora as dores causadas por quem deixou de ser, quem decidiu partir sem motivo aparente ou que, por vontade própria, resolveu desistir, tomando um rumo ainda mais doloroso e solitário... Foi.


Quem fica, decide por você... Quem vai é egoísta ao ponto de preferir sofrer sozinho que ao seu lado.


Abri as gavetas, revolvi os armários e retirei de mim aqueles que amam só de palavras, sem ações. Não que não goste das palavras ou que não as ache necessárias... mas não se vive só delas. Reli algumas frases e lembrei que palavras sem sentimentos tranformam-se em poesia vã... pois é na verdade da escrita que se eterniza as entrelinhas.


Ações, mesmo que pequenas ações marcam a vida pra sempre... muito mais que grandes palavras.

Arrumei as idéias, alguns sentimentos. Só que alguns deles são difíceis de organizar. Teimam em não ficar quietos... normal pra um ser tão intenso.


Percebi que não dá pra permanecer somente com as coisas boas que recebemos na vida, mas podemos reciclar tudo que recebemos, mesmo o que não é bom, transformar em coisas boas... em aprendizado, por exemplo.


Olhei para minha parte insensível... aquela que é regida pela objetividade crua. Não sabia o que fazer com ela. Tive medo de não sentir... de um dia tentar jogá-la fora e perceber que só ela me restara. Mas como um ser tão intensamente inquieto poderá um dia deixar de sentir?

Percebi que há males necessários... aqueles que ajudam a contrabalancear o que somos.

Para quem sente tudo "à flor da pele", há de se deixar de sentir algumas coisas, para poder deixar ir algumas pessoas, para poder abrir espaço a novos migos, para poder abrir o coração a novos amores, para poder continuar sentindo... Porque até quando sentimos demais e o tempo todo corremos o risco de adormecer demais o coração, banalizando o que um dia foi importante.

Deixei ficar... pra me lembrar que tudo passa... tudo segue... que todo amor um dia adormece... que toda dor um dia finda.

Limpei...

Arrumei...


Ressusrgi...


Pois é assim que tiramos as cinzas das asas da Fenix, para que o vôo do renascimento seja ainda mais instigante, porque quem nasceu pra ser intensa, usufrui a eternidade em cada um dos momentos da vida!


Onde Achei...
Imagem: Google

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