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18 junho, 2009

O Presente da Palavra


Imagem & Arte: Cau Alexandre
(arquivo pessoal)



Hoje me faço renascida
Não da catástrofe repentina
Não da experiência além-morte ou além-vida
Simplesmente renasço, refaço, recrio
Não sou fênix nem outro ser milenar
Sou só mulher e assim gero-me de mim mesma hoje!

Do renascimento trago as dores do parto
O sangue provando que há vida
Se não há placenta, há lágrimas
E com elas lavo as últimas impurezas
que assolam minha alma renovada
Limpa? Não... lavada, purgada, humana!

E se no reviver há festa e na festa há dádiva
De presente quero a palavra
Aquela que nunca me falte
A que venha além do vocábulo
Pra que seja dita entre o peito e os olhos
mesmo que da boca não saia

Hoje, quando tenho o que dizer
quero a justa forma do como
e que se forme a frase certeira nos olhos
durante a queda da lágrima
e que se forme o vocábulo perfeito
no suspiro prolongado
e que se forme a interjeição própria
durante o toque da mão.

Quero hoje a certeza
A certeza da palavra entendida
Por quem mais que sabe, sente
Porque hoje eu serei surpresa!

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