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28 março, 2006



VIAJANTE

Ney Matogrosso


Eu me sinto tolo como um viajante
Pela tua casa,
pássaro sem asa,
rei da covardia
E se guardo tanto essas emoções
nessa caldeira fria
É que arde o medo
onde o amor ardia
Mansidão no peito trazendo o respeito
Que eu queria tanto derrubar de vez
Pra ser teu talvez,
pra ser teu talvez


Mas o viajante é talvez covarde
Ou talvez seja tarde
pra gritar que arde no maior ardor
A paixão contida, retraída e nua
Correndo na sala ao te ver deitada
Ao te ver calada,
ao te ver cansada,
ao te ver no ar
Talvez esperando desse viajante
Algo que ele espera também receber
E quebrar as cercas
em que insistimos
em nos defender


Eu me sinto tolo como um viajante
Pela tua casa,
pássaro sem asa,
rei da covardia
E se guardo tanto essas emoções
nessa caldeira fria
É que arde o medo onde o amor ardia
Mansidão no peito trazem o respeito
Que eu queria tanto derrubar de vez
Pra ser teu talvez,
Pra ser teu talvez
Pra ser teu talvez,
Pra ser...


Cauzzinh@...