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24 setembro, 2007

Eu e o porquinho-da-índia

Por
Clau Alexandre

Lembrei-me de um fato engraçado... Falava hoje em 'Pasárgada' e recordei-me de um 'Porquinho-da-índia'.
Quem não faz idéia do que falo, esclareço. Falo de Bandeira... o Manuel.
Lembrei-me que foi justamente Bandeira que li na minha primeira semana de aula de Faculdade. Isso já tem um certo tempo (modestamente brincando com o tempo).
Foi este 'tal' porquinho que fez lembrar que já o havia lido em remotos tempos de Ensino Fundamental (ou 1º grau - na dita época)...
Refleti sobre essas 'pontas' da vida. Uma quando o último verso não me fazia sentido algum (Onde já se viu namorar um porquinho-da-índia?). A outra quando já faziam sentido as palavras, as pequenas decepções, mas os sonhos habitavam nos meus olhos... Achava Bandeira amargo. E hoje, quando o entendo perfeitamente, e ainda posso vislumbrá-lo da posição de 'menino-de-seis-anos' e de 'porquinho-da-índia' também.
É o tempo... Ele desvenda tanta coisa. Traz e leva tantos sonhos e suas explicações.
Por mais que ame meus poetas e poetinhas, que me cercam a vida toda, hoje percebo que Bandeira e o seu 'porquinho' foram meus "primeiros namorados".
Hoje... Hoje, eu também faço versos como quem chora.



Porquinho-da-Índia

Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele prá sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas . . .


— O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.



É, vejamos o que dará esta nova fase de Mar®.
Quem dera meu cotidiano fosse tão literário a caber neste espaço.
Vejamos o que acontece.

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