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26 fevereiro, 2008

História, Política e Memória

Fidel Castro saiu de cena, mas já entrou para a História faz tempo. O povo cubano lhe será eternamente grato, como foi ontem e é hoje. Todo ódio que a classe média brasileira dedica a Fidel vem de três importantes fontes: 1. da pobreza cultural que lhe é peculiar, que a faz conhecer todos os detalhes de uma casa e seus habitantes dementes como a do Big Brother Brasil mas não lhe permite ter a menor idéia do que se passa em Cuba e nas mentes e corações cubanos; 2. da transferência, para um regime político e seu idealizador, do incômodo e frustração de acreditar no capitalismo como caminho seguro para uma vida feliz e segura, ao mesmo tempo em que é obrigada a viver geográfica e financeiramente próximo da indigência; 3. da ideologia miserável que se apossou, através da midia, das mentes e espíritos dos brasileiros remediados, fazendo-os andar de bunda e nariz empinados e acreditar que podem dar pitaco sobre quem um povo deve ter como líder depois apoiar uma ditadura militar, votar em Collor de Mello, FHC, Paulo Maluf e, ainda hoje, em toda corja que aparece pedindo votos.

Se todo esse falso sentimento por liberdade e melhores dias para o povo cubano fosse honesto e sincero, a classe média do Brasil poderiam começar a ajudar os milhões de brasileiros que vivem em total miséria e não possuem a menor sombra da cidadania que o povo cubano conquistou.

Parem de encher o saco com essa demagogia de "democracia e liberdade para o povo cubano"! Os que "defendem" o povo cubano nada mais querem do que poder vender suas bugigangas para a ilha. O povo cubano fez a sua História e já traçou seu caminho. Quem está perdido é você, mané. É melhor você continuar olhando para o Big Brother. Para olhar para Cuba, antes de atravessar o Mar do Caribe, teu olhar tem que passar primeiro por cima de um mar de favelas. [...]


Trecho do texto do amigo Kali, in "Fidel, Platão, tv, filhos, religião..." de 21 de fevereiro de 2008 no Blog Kálido (transcrito com autorização).

*Se gostar, veja também, Cultura e Pensamento

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Quanto a mim... Posso dizer como certo amigo meu: 'Eu ainda estava amadurecendo enquanto a História acontecia'. Não falo nem de todas as boas coisas que de Cuba o mundo recebeu, na medicina, no esporte, na música (ouça o player do Mar®), etc, etc, etc, e não sou a favor da falta de liberdade nem que seja por uma firme ideologia, mas também sou contra a ignorância, a falta de caráter, os desmandos e hipocrisias e contra àqueles que falam de liberdade sem nem ao menos a entenderem verdadeiramente, ou sem entender de ideologia... muito menos de Sonho!

O complemento do texto do Kali fala da Alegoria da Caverna, e por mais chocante que seja, o que Platão nunca imaginou, é que nas sombras das chamas da fogueira só estariam refletidas as mazelas da frivolidade, futilidade e desavenças do que se passa 'embaixo de um endredon'. Quem pára e olha somento o 'fundo' da caverna, certamente nunca vai lembrar das corrente que lhe prendem, e muito menos da luz às suas costas. Parafraseando Nietzsche, LIVRE É QUEM PENSA! (não quem saiu no dia do Paredão).



P.S.: O texto, as citações, a música, tudo está cheio de links... vá lá e se informe mais.