POEMA ENTALADO
Cau Alexandre & Jeanne Chaves
Poema entalado,
Entre a garganta e a mão,
Não pinga, nem jorra ou escorre,
É sempre sede e mais um senão...
É nó no poço do pensamento
Sem entornar uma única gota
Onde se afogue em carícia
A mão desagua sentimento.
É ave sem ninho no inverno,
Sem eira nem beira onde possa pousar,
É a fuga do tempo deixando a poeta
Desnuda de si, de espaço e lugar.
É borrasca sem chão para escoar.
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