CARTINHA RIDÍCULA
Fortaleza, 15 de outubro de 2014
Cau Alexandre.
Caros Leitores, à vocês escrevo essa cartinha ridícula:
Dizem que ser professor é questão de sacerdócio, de paixão... Mas eu penso que ser professor é um caso de amor.
Daqueles amores tórridos, que duram a vida inteira e por mais que você ache que o amor esfriou, perdeu-se, acabou-se, ainda há uma pequena chama bem lá no fundo queimando, lentamente, bem devagar, bem suave... Até que, de repente, volta a arder.
Ser professor é certamente um caso de amor verdadeiro, e é por isso que nem todos podem ser chamados de Amantes, mesmo amando, e nem de professores, mesmo ensinando.
Como eu sei disso? Porque todo amor verdadeiro é cego, surdo e burro com o seu objeto de amor devocional... Tanto quanto nós somos, caros colegas professores.
Acreditamos no que é raro, difícil, e que beira o quase impossível. Acreditamos na humanidade como sujeito da própria história, e acreditamos que esta história será boa, incomparável, magnífica e superpovoada de bons exemplos.
Acreditamos que o bem vence o mal, que o bom exemplo sempre ficará arraigado nas mentes, que a justiça será feita e que o aprendizado será uma experiência inesquecível.
Mais ingenuamente, acreditamos que a diferença está em como fazemos o nosso trabalho.
Como disse, temos um caso de amor com a Educação. Essa nossa parceira, amante, tantas vezes ingrata, que se deixa dobrar pelos "outros", o sistema, a política, o interesse escuso. Nenhum deles ama verdadeiramente a Educação, mas prometem mundos e fundos pra obterem seu amor.
E nós, professores, esperamos o dia no qual nosso amor cego, surdo e burro prevaleça ante todos esses amores indignos.
Eis meu caso de amor com a educação. Verdadeiro, puro e singelo... Embora muito mal correspondido.
Neste dia 15 de outubro só posso comemorar a certeza que o amor, mesmo pela educação, sempre vale a pena "se a alma não é pequena".
E termino aqui essa cartinha ridícula, de mal traçadas linhas, pois "todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas".
Boa sorte!