22 julho, 2009

Todo dia!

A RAPOSA E O PRÍNCIPE

Antoine de Saint-Exupèry


E foi então que apareceu a raposa:
— Bom dia, disse a raposa.
— Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
— Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
— Quem és tu? Perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
— Sou uma raposa, disse a raposa.
— Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
— Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
— Ah! Desculpa, disse o principezinho. Após uma reflexão, acrescentou:
— Que quer dizer "cativar"?
— Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
— Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
— Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem. Tu procuras galinhas?
— Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
— É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços...".
— Criar laços?
— Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
— Começo a compreender, disse o principezinho... Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
— É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
— Oh! Não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
— Num outro planeta?
— Sim.
— Há caçadores nesse planeta?
— Não.
— Que bom. E galinhas?
— Também não.
— Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia:
— Minha vida é monótona. Eu caço galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
— Por favor... cativa-me! Disse ela.
— Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
— Que é preciso fazer? Perguntou o principezinho.
É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva.Eu te olharei para o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentará mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
— Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa.
Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!




Fugi do dia marcado no calendário... nem todos os dias marcados são o reflexo do que deveriam comemorar! Hoje, num dia comum, comemoro os amigos que me cativaram e aos quais eu cativei. Laços fortes e coloridos, diversificados, lindos, belos, intensos...

Amigos nos fazem especiais, únicos, felizes.

Aos poucos amigos que tenho, minha admiração e meu respeito... não num dia, mas por toda a minha existência.

Nesse momento, sou mais feliz que vocês, pois posso lembrar de como cada um de vocês me cativou e isso me faz sentir muito especial!!! Não que eu seja, mas por merecer o carinho e o tempo de vocês.

Peço licença pra dizer que esse mês foi um dos melhores. Por quê? Porque ganhei em dose dupla.

Tive (e tenho nesse momento) duas das minhas mais preciosas amigas.

Minha Inha, Jacy, que esteve comigo por algumas muito boas e proveitosas e alegres horas e minha Juju, Dri, que está aqui pra ficar alguns dias comigo.

Estou feliz... talvez até mais que elas duas, pois é comigo que vou guardar a lembrança desse momentos tão especiais. Prometo dar vida a essa felicidade em forma de texto, prometo sorrir e chorar, prometo ususfruir essa felicidade que se apresenta a mim em forma de amigas.

Deixo aqui as palavras da minha Inha, que com tamanha maestria expressou um momento de nossa amizade. Um momento distante, mas próximo... um momento passado, mas perene. Não entende? Cativa aleguém... e o chame de AMIGO!

"Bem, foi numa lua de março, num final de tarde, quando o corpo se encontra desgastado das atividades cotidianas, mas o coração está sempre batendo forte, ansioso por novas e intensas emoções.
Mal adentrei a sala, fechada e quente, meus olhos pousaram (e a curiosidade também) em direção a mesa, onde se encontrava uma pequena caixa, branca e amarela. Rapidamente fui ao encontro da caixa e das mais intensas emoções de felicidade.
Abri a caixa devagar,o que não é comum em mim, mas eu queria absorver todo o momento,que era repleto de sensações... Fui abrindo e sentindo o carinho, dedicação, compreensão, amor, escolha, doação e a amizade (a mais sincera que já pude encontrar).
Naquele momento, eu recebia um pouco do outro, para se juntar ao todo que é a nossa amizade.
Encontrei gotas de amor e de amizade, que foram aspergidas gratuitamente no meu ser e ficaram impregnadas para "o sempre", que será o menor tempo de nossa amizade.
Hoje algumas luas depois, pude finalmente "re-encontrar" aqueles olhos... aquela emoção... aquelas mãos amigas... e tudo se confirmava na alegria da amizade cúmplice, verdadeira e "desinteressada" (nosso único interesse é nos contentar mutuamente)."

Jacy Rocha


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