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31 agosto, 2009

Ao Poeta...


Imagem - Google


Alguns homens vêem as coisas como são, e dizem 'Por quê?' Eu sonho com as coisas que nunca foram e digo 'Por que não?"
Bernard Shaw


O QUE SE QUER?

Tião Queiroz

Vou fingir que não sei ti
Vou tentar dormir
e esticar sobre o colchão
Fazer de conta que eu ainda... Não...
Vou fechar meus olhos
Apagar a luz do quarto
E deixar que o silencio
Cure o meu cansaço... Sim...



E nem bem dormi
E olha você aqui
Passeando nos meus sonhos
Linda, leve e solta
Com essa carinha de garota
Com esse corpo
Que não tá em nenhum gibi



Acordo num instante
Desviro o seu retrato
Na estante, para mim...
E fico aqui sem jeito
Parece que o nosso caso
Não pretende ter um fim



Mas é tudo tão inconstante
Pois tudo é inicio meio e fim... Durante...



É tudo tão instigante
Desejo,bocejo, gracejo
E você grudada em mim
Como um percevejo
E eu navalha de capim



Aqui deixo pra ti um beijo
Um verso bobo e infantil
Doce e senil como qualquer mané
Ridículo como toda paixão é



Pois faz qualquer homem virar um Zé Qualquer
To lambendo a colher



Vou ti provar pelas beiras
Meu mingau de aveia



Até que a menina vire mulher

*Dedicado ao Amigo e Poeta Tião Queiroz - Um menino do Rio de Janeiro que de tanta esperança foi jogar bola de gude em Vitória!

Parabéns! Vida Eterna ao Menino Bem Bom do Bombom!

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Anna Luisa -
Folguedo/ Lonely Girl Midis

Em Resposta... Do menino repentista e poeta!

Em Resposta... Do menino poeta repentista!

Poesia Para Toda Gente Que Me Tem

Tião Queiroz

Tem gente que parece que não existe.
Passam pela gente, sempre tristes.
Essa gente não sabe da rima o verso.
Do verso a rima.
Defenestram a poesia.


E ainda por cima.
Quando por um acaso algum de nós ingênuo e distraído.
Dá-lhe um sonoro e vigoroso: - Bom Dia!
Eles perguntam estarrecidos e com antipatia:
- Bom dia por quê?
- Bom dia para que?


De certo essa gente dá em todo lugar.
Mas não criam vínculos no meu universo.
E jamais irão criar.
Todavia tem outro tipo de gente.
Que também parece que não existe.
Pois aparecem de repente.
Como se adivinhassem a hora certa.
E olha que quem precisa é a gente.


Parece até que as inventamos.
Como personagens de ficção.
Para alguma estória não perder o rumo à direção.
E se acabar num poço sem fundo.
Ou numa rua sombria e deserta
Lá onde a alma já diz não ao mundo.
Ao corpo, a mente, a própria condição vivente.


Dessa gente você encontra pouco por aí.
Não tem no mercado pra vender.
Não tem na política pra se comprar.
Não tem na loteria pra se ganhar.
Dessa gente que pouco tem.
E nem se sabe ao certo onde se encontrar.


Não somos nós que as temos.
Essa gente é que nos tem.