11 fevereiro, 2010

5 Anos - Pedido Nº 3


Imagem - Gettyimages

CONVERSINHA
Cau Alexandre

— Sabe Coração... Fico aqui pensando, pensando. Tentando entender por que por mais que doa sentir, nunca deixamos de tentar... acreditar... querer. Por que mesmo sabendo que sofremos com a saudade e que as histórias são sempre parecidas e que, na maioria, têm o mesmo fim, ainda queremos tentar novamente... e novamente... e novamente?

— Diz pra mim: Vive-se pela quantidade de vezes que o coração bate ou pela quantidade de vezes que ele dói?

— É, Coração, tens razão... e quanto mais acelerado você bate, mais essa sensação de estar viva invade a gente.

— Então apenas viva... quem sabe um dia de cada vez. Geralmente só se sente o sabor quando se experimenta em pequenas porções.

— Então, por que não? Não é, Coração?



Texto 'Conversinha', postado em 11 de março de 2008 e pedido pela Lonely, que aliás, foi a mola propulsora dele. Foi ela quem me perguntou se "a gente vive pela quantidade de vezes que o coração dói ou pela quantidade de vezes que ele acelera?" Como podem perceber, chegamos ao consenso... não valeria nada se não acelerássemos um pouquinho. A vida em plena estabilidade e segurança é ótima... mas não preenche, não satisfaz. É a busca pelos momentos que nso tiram o fôlego e aceleram o coração que nos impulsiona. Acabei lembrando de outros dois bons textos. Um do Meu amado Quintana, chamado 'Da Eterna Procura' que diz: Só o desejo inquieto, que não passa,/ Faz o encanto da coisa desejada…/ E terminamos desdenhando a caça/ Pela doida aventura da caçada. O outro é uma adaptação do romance 'Divã', da Martha Medeiros, (dito na maravilhosa atuação da Lilian Cabral, encarnando a Mercedes da peça homônima): "Tenho medo de ser feliz pra sempre". A Música do post foi Anjo, da Daniela Mercury e Banda Eva.