PLURAL E SINGULAR
Cau Alexandre
Dei-me o direito de não ter assunto
Não ter rima
Não ter letra nem melodia.
Dou-me também o direito de não ter cor
E ainda assim ser tagarela, multicor, decassílaba e quaternária.
Hoje quis ser mal criada e dizer impropérios, ser chata.
Que que tem?? Dei-me o direito de ser livre das convenções sociais.
Eu também declarei minhas carências e abri meu coração.
É um risco, eu sei. Mas dei-me o direito de meter os pés pelas mãos.
Hoje eu senti saudades. E chorei por isso.
Por que a estranheza? Dei-me o direito de ser sentimental.
Hoje eu amei. Dei-me o direito de parar de pensar. Ser irracional.
Eu também ri hoje. De mim mesma. Das minhas insanidades, da minha hiperatividade, das besteiras que eu digo e faço, dos meus impulsos incontroláveis de tagarelice.
Eu ri enquanto chorava de saudade.
Tagarelei no meu silêncio. Amei enquanto pude.
Porque hoje eu estava cansada de ser uma só.
Porque hoje eu queria ser todas em uma.
Porque já não importa o que dizem, nem mesmo o que eu venha a dizer.
Hoje eu me dei o direito de ser plural sem deixar de ser singular..
E o dia terminou do mesmo jeito... com meu velho amigo sol me confessando num murmúrio que amanhã eu posso recomeçar e ser tudo outra vez.
Texto "Plural e singular", postado em 28 de fevereiro de 2007 e pedido pela minha Jujuuuuuuuu, Adrianne. Um daqueles momento "revoRRRta". Sabe quando você já tá chutando o 'pau-da-barraca'? Pois é... tenho desses também, em verso e prosa. A Adrianne se identificou com esse (é por isso que ela é minha Juju... ela me entende... risoss). Eu ainda não deixava resgistrado o nome das músicas que iam no post, então... nem imagino o que eu pus pra tocar com esse texto, mas garanto que foi um rock! :oP